Noite Alba, de Gisela Pereira



















A noite vai longa, o caminho é curto, o desejo imenso...e no labirinto de ruas nos perdemos, subimos e descemos, fomos até ao infinito...era já ali!

O rio é nosso confidente e a lua no céu, cheia de vergonha, esconde-se dos nossos gestos, por detrás de nuvens cheias de lágrimas que descem silenciosamente sobre nós...

Na noite fria e alba, na escuridão nos encontramos...e a surpresa apareceu no toque delicado dos nossos lábios...no cumprir de uma promessa feita...hoje seria a nossa noite.

Combatemos contra-tempos, desmembramos rotinas, desconstruímos as brumas que nos rodeiam os movimentos...discutimos os olhos que nos vigiam nas sombras, perseguimos os medos que as nossas mentes criam para nos enganar...

No toque nos perdemos nas horas...e como um perfume raro, nas minhas mãos teimaste em ficar...andamos desconhecidos de nós, escondidos na sombra, como crianças travessas a brincar ao faz-de-conta, fugidos da vida real...

Gisela Pereira

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