Finalmente ganhei coragem. Coragem para fazer o que há muito temo anseio. Preciso ser completamente honesta. E talvez pela primeira vez deixar fluir de dentro de mim tudo o que tenho cá dentro. E é com esta finalidade que te escrevo. Sim. Escrevo-te esta carta assim como faziam os enamorados nos bons e velhos tempos de romantismo. Sempre achei que uma carta é algo belo e delicado, algo construído com afeto e ternura. Não concordas?
Lembro-me – como se fosse hoje – a primeira vez que te vi. Apaixonei-me por ti no instante em que os meus olhos envergonhados e esquivos se cruzaram com o brilho encantador que irradiava desse teu olhar simples, meigo e cativante. Estavas em pé ao lado do teu pai e nas mãos seguravas a tua revista, onde tinhas colorido, com marcador azul, algumas partes de umas caricaturas. Sentada, poucos metros em frente a ti, sorria enquanto contemplava a tua arte.
Pouco depois soube o teu nome. E, a partir daí, tudo o que ocupava o meu pensamento eras tu. E assim foi durante muito tempo. À medida que te conhecia melhor aprendia mais acerca de ti, mais te respeitava e te admirava. Ouvi dizer que só amamos quem admiramos e eu admirava-te (e admiro) imenso. Jovem altruísta, sincero, humilde, amigo, genuíno...
Admirava-te à distância e amava-te na sombra do meu pensamento e no espaço mais secreto do meu coração. Nunca tive coragem para to dizer. Mas pensando bem, nunca tive coragem de o admitir, por vezes até para mim própria. Isto porque, em grande parte, sempre pensei que não te merecia e que nunca sequer te passei pelo pensamento.
Os meses passaram e tu partis-te. Mudas-te de cidade. deixei de te ver, de te cumprimentar. De te ver e ter tão perto de mim (embora sempre estivesses tu longe). O ambiente ficou simplesmente mais pobre, mais escuro. Faltavas tu. Sempre tu para trazer a vida e a luz de volta. Em cada cara conhecida procurei-te sem te encontrar. Foste em busca de algo maior. Fazer algo melhor. Aí admirei-te ainda mais. Desejei ser mais como tu, deixar de lado a minha fraqueza, o meu medo, e seguir o teu exemplo. Ainda estou a trabalhar nisso.
Meses após a tua partida vi-te de novo, a poucos metros de mim. foi tão repentino. Vi-te à saída do autocarro. Acho que não me viste (como sempre). Procurei-te toda a tarde, mas sem sucesso algum. Esperei por ti, no final da tarde, ao pé do autocarro, mas disseram que foste com uns amigos de carro. E então, naquele mesmo momento percebi: da mesma forma que te amei tempos atrás, deixei-te partir nesse momento. Percebi que finalmente me libertei de ti. Nunca te esquecerei. Mas agora o meu amor é diferente. Amo-te como um amigo querido, como um exemplo de vida inspirador. Como alguém que me ensinou muito sobre prioridades e objetivos.
Obrigada por tudo o que me deste e ensinaste mesmo sem saberes.
Com amor,
R.
Os meses passaram e tu partis-te. Mudas-te de cidade. deixei de te ver, de te cumprimentar. De te ver e ter tão perto de mim (embora sempre estivesses tu longe). O ambiente ficou simplesmente mais pobre, mais escuro. Faltavas tu. Sempre tu para trazer a vida e a luz de volta. Em cada cara conhecida procurei-te sem te encontrar. Foste em busca de algo maior. Fazer algo melhor. Aí admirei-te ainda mais. Desejei ser mais como tu, deixar de lado a minha fraqueza, o meu medo, e seguir o teu exemplo. Ainda estou a trabalhar nisso.
Meses após a tua partida vi-te de novo, a poucos metros de mim. foi tão repentino. Vi-te à saída do autocarro. Acho que não me viste (como sempre). Procurei-te toda a tarde, mas sem sucesso algum. Esperei por ti, no final da tarde, ao pé do autocarro, mas disseram que foste com uns amigos de carro. E então, naquele mesmo momento percebi: da mesma forma que te amei tempos atrás, deixei-te partir nesse momento. Percebi que finalmente me libertei de ti. Nunca te esquecerei. Mas agora o meu amor é diferente. Amo-te como um amigo querido, como um exemplo de vida inspirador. Como alguém que me ensinou muito sobre prioridades e objetivos.
Obrigada por tudo o que me deste e ensinaste mesmo sem saberes.
Com amor,
R.
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