Corro por estas quatro paredes que não me levam a lado nenhum, excepto ao pesado silêncio do mar, cujas ondas me engolem. Aqui não passo de um fantasma, espectro de uma rosa, sombra de uma sanidade senil.
Deixa que a maré me lavre a alma e arraste consigo incertezas de uma altura que perdemos no tempo. Vira-me as costas e deixa-me ficar no mar, onde não te atreverás a procurar-me. Pois o mar que eu tanto conheço está repleto de caminhos incertos. Caminhos esses que apenas eu consigo percorrer e nos quais apenas eu me posso perder.
Enquanto me aprisiono na minha nebulosa omnisciência, vou respirando debaixo de água, onde deixarei o teu nome marcado para nunca mais o esquecer.
Hugo Ricardo
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