Deixai-me ir, de Diogo Dias















Dai-me de beber do cálice.

Quero uma viagem sem volta!

Deixai-me partir em paz, pelo vórtice.

O que desejai de mim para impedir que parta?


Nada mais tenho, para além da alma!

Perdoai a insolência que cresce em mim.

Já nem mesmo vosso amor me acalma...

Quero partir, deixai-me ir em direção ao fim!


Eu vou-me porque rogaram-me praga...

Eu vou-me inté ao cais!

De todas as cousas a única que me negais,

É o cálice que me serve de paga!


Más cousas pratiquei...

E inda assim a vossa ordem é que me fique,

Impassível aos atos que planeei.

Dona imploro que mo entregue!


Eu quero morrer...

E desistir do meu destino!

Quero descer...

E cumprir o meu castigo!


Diogo Dias

6 comments:

nighthok said...

queria agradecer a Chiado pela colocação do meu poema, confesso que não estava à espera.
muito obrigado

Diogo Dias

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