Referiu Mário de Andrade que o passado é uma lição para se refletir e não para repetir. Sustentamos o nosso quotidiano nesta realidade ou distraímo-nos, constantemente, com um futuro já usado?
Felizmente, o ser humano é dotado da capacidade de raciocínio e cada um de nós cria as suas próprias opiniões e tem a sua visão do mundo em geral. Consequentemente, o passado representa para uns a ferramenta essencial para conhecer o seu futuro e para outros é a oportunidade de compreender a vida mas somente olhando em frente se pode viver realmente.
Na verdade, o passado é a base daquilo que nós somos no presente e que se reflete também no futuro. É com o caminho já percorrido que se aprende e se ganha experiência, é assim que crescemos e que podemos ser mais do que aquilo que somos e temos vindo a ser. No entanto, muitos são aqueles que se prendem às suas sombras e acabam por perder o sol. O passado representa, de facto, um marco importante da nossa construção enquanto pessoas; efetivamente, são as boas e as más vivências que nos abrem horizontes e nos dão conteúdo. Contudo, há que ter presente na memória de que o amanhã pode sempre ser melhor e de que isso depende somente da forma como agimos.
Há pessoas que surgem na nossa vida e lhe trazem algo especial, outras vão e, dessa forma, dão lugar para coisas melhores ainda. Toda a perda é difícil de gerir, a ausência e a falta são feridas que se sentem durante longos dias, meses ou anos; de facto, algumas pessoas marcam-nos de tal forma que jamais chegam a ser esquecidas; porém, a dor passa, a mágoa vai e a saudade parte. Não se podem apagar ou eliminar páginas da nossa vida pois o que nos é possível é apenas aprender com o que já vivemos e tornar o amanhã ou até mesmo o agora ainda melhor!
A nossa vida não é com aqueles que nos deixaram um dia, que se afastaram e que hoje já não se encontram presentes de qualquer jeito. A nossa vida é com aqueles que ficam, com quem não abandona o barco quando uma onda nos agita com mais força!
As coisas são, na sua essência, aquilo que em nós desejamos torná-las. A forma como olhamos para as coisas transforma-as naquilo que elas são, ou seja, a vida é aquilo de que nós nos mentalizamos de que ela é. Depende de nós sermos infinitos num instante único!
Sónia Costa
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